quinta-feira, 31 de março de 2011

Histórico da AMAV

Idealizadora - Nascida no rio Ararapu, município de Abaetetuba – PA, Ângela Maria Mata Araújo é pedagoga, Orientadora Educacional e Especialista em Educação.
Ao cursar sua segunda faculdade – Serviço Social – na UFRJ na década de 90, participou do Fórum Universidade e Desenvolvimento Sustentável em maio de 1992 no Instituto de Biologia daquela universidade. Tratava-se de uma preparação para o Rio – 92 (ECO 92) que viria a se realizar um mês depois naquela cidade.
Mesmo estando comprometida com duas pesquisas sobre representações sociais, Ângela conseguiu absorver um pouco daquele que foi o maior evento até hoje realizado no Brasil. Naquela ocasião, ela jamais imaginaria que um dia viria a se interessar pela área ambiental.

RIO 92 - As inúmeras “fugidas” do Laboratório Imaginário Social e Educação – LISE, fizeram Ângela conhecer um pouco do que o mundo tinha para oferecer em termo ambiental. Indústrias de vários países reunidas em um só espaço, demonstravam seus maquinários (utilizando a mais alta tecnologia), demonstrando que é possível solucionar os problemas ambientais: as instituições, reunidas no aterro do flamengo, demonstravam suas ações concernentes ao meio  ambiente; as palestras nas universidades por especialistas e políticos, relatavam suas experiências e esperanças; e os passeios ecológicos acompanhados por especialistas motivavam um repensar sobre a importância de preservar a natureza. Um mundo de conhecimento e possibilidades havia se descortinado naquele evento. Sem dúvidas, um evento indescritível e inesquecível. Ela acreditava, que essa foi à sementinha que impulsionou o que está sendo realizado hoje, pelas suas mãos (evidentemente que com a colaboração de inúmeras pessoas), através da Amazônia Alegre e Verde - AMAV.

Experiência fora do Brasil – 1992 - Incentivada por pesquisadores franceses que expuseram na RIO – 92, Ângela conhece uma comunidade cosmopolita – os habitantes da Guiana Francesa. Apesar da diversidade de culturas, pôde presenciar um povo culto, organizado, vivendo em harmonia com a natureza: pequenos agricultores vendiam diretamente seus produtos no mercado local; não se via crianças trabalhando nas ruas nem mendigos; a travessia de ruas sem sinal era prioridade dos pedestres; nas praias e rua não se via lixo; as residências utilizavam lixeiras para depositar seu lixo e a noite um maquinário automatizado passava pelas ruas recolhendo-o (não se via “garis” colocando as mãos em lixo); havia reuniões nos bairros com dirigentes políticos para conhecerem as reais necessidades daquela comunidade; existiam inúmeros órgãos de assistência social que amparavam necessitados; e, não se ouvia falar em inflação. Um regime social democrata que mostrava ser possível em uma sociedade organizada. Essa experiência marcou muito a Pedagoga Ângela Araújo que ao retornar ao Brasil pensou: - Ainda temos muito que aprender!

O despertar - Em 2002, Professora concursada do município de Fortaleza/ CE, Ângela Araújo desenvolve o projeto “POVOS INDÍGENAS” com uma turma da 3ª Série do Ensino Fundamental em parceria com o Centro de Referência do Professor – NTE (onde estava se capacitando) e a Universidade Federal do Ceará. Nesse projeto, a professora uniu a captação e edição de imagens com aula de campo visitando a Aldeia Pitaguary no município de Maracanaú.
As poucas horas de convivência com a comunidade indígena foram significativas tanto para os alunos quanto para aquela professora que pôde presenciar o alto grau de harmonia entre o homem e a natureza.
Os alunos assistiram encantados aos espetáculos das crianças indígenas pulando dos galhos das árvores no rio, seus olhinhos brilhavam de contentamento. Pena que sua realidade não incluía esse tipo de emoção.
O comportamento das crianças indígenas em sala de aula que contrastava com o das crianças urbanas, e a maneira como a índia anfitriã (Madalena) falava e dava atenção à turma - 35 alunos eufóricos e agitados – foi algo que chamou à atenção da educadora que na pausa para o lanche no final da “aula – passeio”, embaixo de uma frondosa mangueira pôs-se a questionar. Não poderia sai daí sem antes perguntar de onde vinha tanta tranqüilidade e paciência. Ângela perguntou então a Madalena como ela conseguia ser tão tranqüila e paciente o tempo todo diante de tantas crianças impacientes. Ela apontou para uma mangueira e disse mais ou menos nessas palavras: - “Você está vendo esta árvore? Foi o meu povo que plantou. Para chegar ao que ela é hoje foi necessário esperar muitos anos. Ela está dando frutos agora, depois vai parar e só vai voltar a dar na próxima estação. A gente aprende a ser paciente, convivendo com a natureza”. A educadora percebeu então a razão de tanto estresse da comunidade urbana.
Ao deixar a Aldeia Pitaguary, a turma estava em estado de graça. Como se aquele lugar tivesse uma energia especial. E tinha, a da natureza e a de uma comunidade que sabe conviver com ela sem degradá-la.
O encontro com a natureza e com aquele povo mexeu tanto com as crianças e a professora que algum tempo depois retornaram aquele lugar. Uma experiência que com certeza ficará registrada para sempre na memória de cada um.
Essa convivência motivou a educadora a se aprimorar na área ambiental. Fez um curso para multiplicadores em Educação Ambiental oferecido pela Secretaria de Meio Ambiente do Ceará. O curso proporcionou-lhe maior conhecimento sobre a natureza e uma ampla visão sobre os problemas ambientais. Com os conhecimentos adquiridos pôde desenvolver projetos escolares sobre resíduos sólidos urbanos na escola que atuava.

Acesso à Literaturas Ambientais - Em 2004, Ângela passou a morar em Belém e ministrar aula em sala de leitura na Escola Municipal Rotary onde teve acesso a inúmeras literaturas ambientais (como o Plano Nacional do Livro e da Leitura – PNLL – as escolas públicas foram bem equipadas por um bom acervo bibliográfico) voltando a tomar ciência da gravidade da situação. Sensibilizada com os estragos que a chuva ácida causou na Europa e como forma de alertar nossa população, ela escreve uma história infantil sobre essa problemática intitulada “O LAGO MORTO” (ainda não publicada).
Preocupada com as conseqüências sobre o destino inadequado dos resíduos sólidos urbanos, Ângela faz uma pesquisa sobre o assunto e visita o setor de resíduos sólidos da prefeitura que já desenvolvia um trabalho de coleta seletiva em alguns bairros de Belém. Ela percebe que se trata de um trabalho árduo, lento e caro. 

Elaboração de um Plano de Ação para Agilizar a Coleta Seletiva - As leituras incutiram na mente da educadora o desejo de contribuir para a minimização da contaminação e poluição do nosso patrimônio natural pelos resíduos. Um grande desafio. Vê na coleta seletiva e na mídia grandes aliadas nesse processo. E resolve elaborar um plano de ação para essa problemática se prontificando a desenvolvê-lo e, envia-o ao prefeito que o encaminha ao órgão competente. Mas este, não é ainda o seu momento, após a negociação de cargos e salários, ocorreram imprevistos. Ângela também muda de cidade e o plano é engavetado.

Retorno a Terra Natal - Em 2006, Ângela resolve retornar à Abaetetuba, sua cidade natal. Vê aglomerado de lixo por inúmeros quarteirões da cidade. O Igarapé onde ela havia tomado banho quando criança, estava abarrotado por lixo e esgoto. O município não tinha Secretaria Ambiental nem se ouvia falar em Agenda 21. Isso, após 14 anos da RIO-92 (Evento no qual foi firmado compromisso entre os países participantes para a minimização dos problemas de contaminação e poluição ambiental...).
Ciente da situação daquela comunidade (Ângela tinha a consciência de que o lixo é um dos grandes vilões à saúde pública...), Ângela desengaveta seu “Plano de Ação para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos” e apresenta-o à algumas autoridades públicas mais não obtém resultado algum. Conhecedora do trabalho de algumas ONG’s e disposta a colaborar de alguma forma para a minimização daquela problemática decide criar uma ONG e convida para a concretização dessa idéia alguns profissionais desejosos em contribuir para uma cidade onde a população venha a desenvolver uma consciência ambiental e colabore com a implantação da coleta seletiva – experiência realizada em inúmeros países e cidades brasileiras.

Concretização da Amazônia Alegre e Verde – AMAV - Dilson Estácio Asevedo da Costa, participante de uma ONG e Maria Cardoso Carvalho profissional do Setor de Endemias, foram pessoas chaves no processo de criação da AMAV. Estes profissionais divulgaram a proposta da ONG à outros profissionais que desejosos de contribuir para uma cidade saudável e bonita, onde a coleta seletiva fosse uma realidade, aceitaram o convite para fazer parte da associação e, após inúmeras reuniões foi fundada em 16 de dezembro de 2007 a Amazônia Alegre e Verde – AMAV.
É relevante ressaltar que, os membros-fundadores tinham a visão de que a coleta seletiva é um trabalho árduo demais somente para o poder público, e que outras instituições desempenham um papel relevante nesse processo estimulando a comunidade em geral a  colaborar (situação que ocorreu em outros países), foi fundamental para que levássemos a frente à concretização da AMAV. Mas, nossa ONG em momento nenhum substituirá o papel do poder público, vem simplesmente contribuir.
A fundação da AMAV teve o apoio da ASSIPAG (Associação Integrada do Palácio do Governo); da CONTAR SIMÕES CONTABILIDADE na pessoa do Sr. Ricardo Simões e da SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE ABAETETUBA na pessoa da Dra. Antônia Botelho. Além disso, o apoio financeiro dos membros-fundadores foram relevantes nesse processo.
As parcerias realizadas com EDUART’S DESIGNER (criação de mídia); o SISTEMA MARATAUÍRA DE COMUNICAÇÃO – TV AÇAÍ CANAL 03 (doação de 06 inserções diárias); o SISTEMA VALE DO TOCANTINS DE COMUNICAÇÃO LTDA – TV MIRITÍ CANAL 09 (doação de 04 inserções diárias); o HOTEL JARUMÃ (espaços físicos); a ARAPARI NAVEGAÇÃO (doação de passagens) e o IEPAM (doação de bolsa de estudo integral – Técnico em Meio Ambiente), foram fundamentais para a concretização dos objetivos da AMAV.
A união de forças nos levará a obter muito em breve uma Abaetetuba mais limpa, onde a coleta seletiva será uma realidade.
À todas as empresas e profissionais que doaram seu espaço, tempo e dinheiro a eterna gratidão da mãe natureza.
    Fundadores:
    • Ângela Maria Mata Araújo – Pedagoga e Especialista em Educação.
    • Dilson Estácio Asevedo da Costa – Administradora de Empresas.
    • Márcia do Socorro Cardoso Carvalho – Economista.
    • Antenor Carlos Pantoja Trindade – Pedagogo.
    • Marcelo Gomes da Silva – Professor de Artes Marciais.
    • Ocinéia Xavier de Almeida – Professora e Líder Comunitária.
    • Maria do Socorro Barreto de Souza – Estudante Líder Comunitário.
    • Maria Cardoso Carvalho - Agente de Endemias
    • Maria das Graças Barbosa Cardoso – Empresária e Líder Comunitária.

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